Em tempos de big data sempre fico pensando se um filme ou seriado foi feito para o público gostar ou se foi feito torcendo que o público goste. De um jeito ou de outro não há como não gostar de Guardiões da Galáxia, o braço cinematográfico da Marvel acertou novamente. Não que a DC não tenha seus acertos (a trilogia do Batman de Nolan é ótima) mas o diferencial da Marvel é o herói mais próximo do homem comum. O herói que tem seus problemas, suas inseguranças e suas fraquezas. Veja como Peter Parker tem que ralar para conseguir grana, ou como Matt Murdock tem que superar sua deficiência física no dia-a-dia de advogado ou como Bruce Banner tem que manter um constante auto-controle para viver uma vida normal.
Guardiões da Galáxia começa mostrando uma passagem da infância do “Star Lord”, Peter Quill; apesar de ser uma cena curta, ela carrega uma dose de drama que rapidamente nos aproxima do “herói” Peter Quill. Herói entre aspas, pois Peter é na realidade um fora-da-lei. Na realidade todos os outros “heróis” do filme tem algo de questionável em suas vidas pregressas.
O filme tem muitos acertos e um deles é manter o que funcionou nos Vingadores: altas doses de humor perfeitamente localizadas. Peter Quill, por exemplo, insiste em fazer seu codinome Star Lord “pegar”, sem muito sucesso, mas sempre rendendo boas risadas. Hora ou outra ele faz referência a personagens famosos na cultura pop dos anos 80 da Terra; os outros personagens não entendem nada, por mais que ele explique, mas o público se delicia. Rocket por si só já é engraçado: um “bad ass” com jeito de cãozinho de estimação. Groot é o contrário: é fortão, mas extremamente dócil. Drax não entende metáforas e leva tudo ao pé da letra, o que nos leva a situações muito engraçadas. Gamora é o contraponto. Nesse “circo” todo ela representa um ponto de vista mais sério, percebendo e pontuando a “idiotice” de seus companheiros.
A trilha sonora é outro acerto: músicas dos anos 80 que não só preenchem os momentos corretos do filme como também estão fortemente amarradas na história por meio do walkman de Peter Quill.
O ponto fraco do filme é o vilão Ronan. Não que seja um personagem ruim, é só que, perto da variedade dos outros personagens, Ronan parece um pouco abaixo. Nada que prejudique o filme, mesmo porque, ele presta o serviço de nos apresentar a outros personagens que terão participação ativa nos próximos filmes da Marvel.
Guardiões da Galáxia é um ótimo filme, principalmente para quem vem acompanhando os outros filmes da Marvel, mas também funciona perfeitamente para quem quer assistir uma aventura com altas doses de humor. Não há como não sair do cinema “hooked on a feeling” 🙂
Segue o trailer: