Em cenários apocalípticos, tantas vezes retratados em livros, cinema e HQs, é raro que aqueles considerados fracos sejam capazes de sobreviver. A humanidade vai perdendo o que a torna humana e esses fracos ou morrem ou se deixam corromper na luta pela sobrevivência.
Em Sweet Tooth a humanidade está morrendo. Uma doença está se espalhando e dizimando os seres humanos. Não há cura conhecida e os mortos se acumulam. Assim como vemos na série “The Walking Dead”, todos os humanos já estão com a doença: resta saber quando ela vai se manifestar.
Acrescenta-se a esse cenário um ingrediente inusitado: o nascimento de crianças híbridas, misto de humano e animal. Essas crianças são caçadas pelos humanos que acreditam haver relação entre o aparecimento dos híbridos e o surgimento do flagelo.
Gus, o protagonista da HQ, é uma das dessas crianças. Ele é um menino inocente, misto de homem e cervo, que vive com o pai em uma cabana na mata. Eles desfrutam de uma frágil paz que, num mundo transformado como o que vivem, não durará muito tempo.
Gus logo terá que enfrentar a dura realidade do mundo que o cerca em uma jornada onde sua inocência e os valores transmitidos por seu pai serão postos a prova.
Os personagens são muito bem construídos e suas motivações são coerentes com suas respectivas histórias de vida e com o cenário no qual agora se encontram.
Jeff Lemire, responsável tanto pelo roteiro quanto pela arte e artista indicado 2 vezes ao prêmio Eisner, nos leva em uma jornada na qual ficamos apreensivos por Gus, tristes por ele, indignados, admirados e tantos outros sentimentos que não compartilho para não estragar a experiência.
Sweet Tooth foi trazido ao Brasil pela Panini que lançou a obra em 6 volumes que englobam as 40 edições originais.
Recomendo!